O Japão é conhecido por ser um país conservador e isso inclui a visão negativa que a sociedade tem sobre tatuagens. Historicamente, as tatuagens foram associadas aos sindicatos criminosos organizados do Japão, conhecidos como yakuza. Porém, o membro do Partido Liberal Democrata, Masahisa Sato, ex-membro das Forças de Autodefesa do Japão (SDF) e um dos cinco diretores do Comitê de Assuntos Exteriores e Defesa, acredita que a SDF poderia suavizar sua postura em relação às tatuagens.
Atualmente, candidatos que desejam se alistar nas Forças de Autodefesa do Japão têm suas inscrições rejeitadas se tiverem tatuagens. Sato acredita que há dois problemas com essa política. Primeiramente, a baixa taxa de natalidade no Japão significa que a população está envelhecendo e diminuindo, deixando uma quantidade menor de cidadãos dentro da faixa etária viável para o serviço ativo da SDF. E, rejeitando candidatos por terem tatuagens, apenas torna a situação mais difícil, afirma Sato.
“Rejeitar candidatos por terem tatuagens apresenta um problema em termos de reforçar o número de pessoal alistado.”
Ao mesmo tempo, Sato argumenta que há um número crescente de pessoas no Japão que têm tatuagens, mas sem conexão com o crime organizado. “Existem ‘tatuagens de moda'”, explicou ele, diferenciando-as dos designs mais elaborados e quase cerimoniais preferidos pelos membros da yakuza, com exemplos como “uma pequena tatuagem de flor ou nome de alguém”.
Depois de considerar esses pontos, o Comitê de Assuntos Exteriores e Defesa anunciou que estará reavaliando formalmente a política de não tatuagem para os candidatos da SDF, com a possibilidade de removê-la, se não for mais considerada necessária.
Sato diz que há “muitas pessoas” com tatuagens de moda no Japão hoje em dia. Nem todos concordariam com esse descritor específico, mas elas são mais comuns entre os jovens agora do que nas gerações anteriores. E, embora muitos banhos termais e banhos públicos no Japão ainda tenham proibições gerais de entrada para pessoas com tatuagens, uma diferença chave é que os candidatos da SDF passam por verificações de antecedentes, o que deveria ser capaz de determinar se a tatuagem de um candidato é um sinal de lealdade criminal ou apenas gosto estético pessoal.
No entanto, há questões que precisam ser levantadas em relação a essa política. A SDF deve considerar que muitas pessoas hoje em dia têm tatuagens como uma forma de expressão pessoal e não estão relacionadas com a yakuza ou qualquer outro grupo criminoso. Isso significa que a proibição de tatuagens pode ser vista como um preconceito e uma forma de discriminação.
Além disso, muitos indivíduos que têm tatuagens são pessoas comuns, sem qualquer conexão com organizações criminosas, um ótimo exemplo são os estrangeiros. Afinal, tatuagens são uma forma de expressão artística, e muitos indivíduos optam por esse tipo de arte corporal como uma forma de se expressarem.
