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Economia

Como a limitação da hora extra pode afetar o transporte de cargas no Japão?

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O governo japonês anunciou uma reforma trabalhista que limitará a quantidade de horas extras trabalhadas pelos motoristas de caminhão, em uma tentativa de melhorar as condições de trabalho notoriamente difíceis e torná-lo mais atraente. A partir de 1º de abril de 2024, a lei limitará as horas extras anuais dos motoristas a 960 horas.

No entanto, motoristas como Yuichi Tomita afirmam que essa lei pode levar a uma saída em massa dos profissionais do setor, já que muitos dependem dessas horas extras para pagar as contas. O governo japonês estima que isso possa causar uma escassez crítica de motoristas de caminhão, resultando em um potencial impacto de 10 trilhões de ienes na terceira maior economia do mundo até 2030.

De acordo com a consultoria global Roland Berger, espera-se uma queda de 20% no número de motoristas de caminhão no Japão até 2030. Essa diminuição esperada no número de motoristas de caminhão poderá desencadear um efeito cascata em produtores, lojas e restaurantes acostumados com entregas no dia seguinte de peixes frescos e produtos de alta qualidade.

Porém, cerca de 98% das 62.000 empresas de transporte rodoviário do Japão são pequenas empresas, enfrentando forte concorrência e altos preços de combustível. Apesar da escassez de mão-de-obra, essas empresas têm dificuldades para repassar o aumento de custos, tendo um impacto negativo em sua margem de lucro.

Para piorar a situação das pequenas empresas, uma pesquisa recente do governo mostrou que elas conseguem repassar apenas 19% de seus aumentos de custos, enquanto as empresas de médio e grande porte conseguem repassar até 47%. Isso torna mais difícil para as pequenas empresas contratarem mais motoristas de caminhão para compensar a diminuição do número de horas de trabalho legais por motorista.

Além disso, a Comissão de Concorrência do Japão indicou 13 empresas que abusaram de seu poder de barganha superior para recusar pedidos de aumento de preços de seus contratantes e fornecedores menores. Seis dessas empresas eram grandes empresas de logística e entrega, incluindo a Trancom e a Sagawa Express. Essas empresas se comprometeram a fazer melhorias.

A redução esperada do número de motoristas de caminhão japoneses afetará profundamente a economia do país, levando a uma crise potencial em 2024, de acordo com especialistas. O governo japonês já instruiu seu gabinete a elaborar medidas “drásticas” para enfrentar essa crise. Entre essas medidas, está a criação de uma faixa exclusiva em uma estrada de 100 km que conecta Tóquio e Nagoya (Shin Toumei) para caminhões autônomos e uma rota de voo para drones de entrega, planejados a partir do próximo ano fiscal.

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