A balança comercial do Japão, que é uma medida da diferença entre as importações e as exportações, registrou um déficit de aproximadamente quatro vezes o valor do ano anterior, chegando a um recorde de 21,73 trilhões de ienes no final do ano fiscal de 2022 em março. Essa situação ocorreu devido ao aumento dos custos energéticos e à desvalorização do iene, que fizeram com que as importações crescessem muito mais do que as exportações, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério das Finanças na quinta-feira.
As importações saltaram 32,2% em relação ao ano anterior, atingindo 120,95 trilhões de ienes, enquanto as exportações aumentaram 15,5%, chegando a 99,23 trilhões de ienes. Com isso, o Japão permaneceu no vermelho pelo segundo ano consecutivo, com ambos os números atingindo os valores mais altos desde que os dados comparáveis se tornaram disponíveis em 1979. Vale ressaltar que o déficit comercial de 13,76 trilhões de ienes registrado em 2013 foi anteriormente o mais alto.
Entre os principais itens que contribuíram para o aumento das importações estão o petróleo bruto, o carvão e o gás natural liquefeito. Já o forte crescimento das exportações de carros, ferro e aço, e outros itens foi sustentado pela demanda externa.
O dólar teve uma média de 135,05 ienes no ano fiscal de 2022, um valor muito mais alto do que os 111,91 ienes registrados no ano anterior. A rápida desvalorização do iene no ano anterior agravou a situação para o Japão, que é carente de recursos, uma vez que inflacionou os custos de importação.
Embora o Japão tenha apresentado um superávit comercial de 6,65 trilhões com os Estados Unidos, teve um déficit recorde de 6,81 trilhões de ienes com a China.
O Federal Reserve dos Estados Unidos vem elevando agressivamente as taxas de juros para conter a inflação crescente, o que aumentou a preocupação de que isso possa desacelerar o crescimento econômico e reduzir os embarques do Japão.
Embora o fim da política “COVID ZERO” de Pequim tenha sido considerado positivo para as exportações do Japão, ainda há preocupação com o crescimento lento da China.
No ano fiscal de 2022, as exportações para os Estados Unidos saltaram 21,3%, atingindo um recorde de 18,70 trilhões de ienes, impulsionadas pela demanda por automóveis. Já as importações do país cresceram 26,8%, atingindo 12,05 trilhões de ienes, também um recorde, com medicamentos e carvão entre os principais itens importados.