Aviso: Se você não fala japonês e o texto abaixo te incomodar, então leia o texto novamente porque ele foi feito especialmente para você.
Muitos brasileiros que possuem descendência japonesa e vivem no Japão não falam japonês e nem têm interesse em aprender a língua. Não só isso, também chegam no Japão com uma estimativa de tempo que irá ficar, embora essa estimativa sempre seja extrapolada, então criam a ideia de que “tudo bem morar em um país por 3 anos e não aprender o idioma”.
Por conta disso, muitos acabam tendo dificuldades em conseguir empregos, principalmente em empresas que exigem um pouco de domínio no idioma. Enquanto isso, outros estrangeiros, principalmente de países asiáticos, estão vindo para o Japão e se qualificando através de estudos em escolas de intercâmbio, escolas técnicas e faculdades, geralmente nessa ordem.
Esses estrangeiros estudam por um período de até 1 ano e 9 meses, ao final, estão aptos a trabalhar no país em qualquer vaga de emprego que exija o equivalente ao JLPT N2, muitas vezes com fluência na língua japonesa, obtendo o certificado do JLPT N1, o que lhes garante um diferencial em relação aos brasileiros que não falam o idioma e ainda se orgulham disso.
Além disso, como não precisam de intermediários para encontrar empregos (vulgo empreiteiras), conseguem salários mais altos e acabam sendo mais competitivos no mercado de trabalho.
Esse cenário tem gerado preocupação entre os brasileiros no Japão, que acreditam estar perdendo espaço no mercado de trabalho para esses estrangeiros, muitos dos quais recebem salários maiores. Para os brasileiros que não falam japonês, muitos empregos acabam sendo restritos, uma vez que as empresas não querem ou não podem arcar com os custos de contratar um tradutor para manter a comunicação.
Mas na verdade, o Japão continua com emprego de sobra, o brasileiro não está perdendo emprego para outros estrangeiros, ele está perdendo diversas oportunidades por auto-sabotagem.
De fato, a recusa em aprender o idioma japonês pode ser considerada uma forma de auto sabotagem. A língua é um aspecto crucial da adaptação em qualquer país estrangeiro e não seria diferente no Japão. Aqueles que não falam a língua local têm mais dificuldade em encontrar empregos, fazer amigos e interagir com a sociedade em geral, o que pode afetar em outros âmbitos da vida, como a saúde mental, habilidade de socializar, etc.
Por outro lado, outros estrangeiros, principalmente de países asiáticos, têm se qualificado cada vez mais para trabalhar no Japão, esses estrangeiros estão mais preparados para os requisitos do mercado de trabalho no Japão. A realidade é que fábrica nenhuma está se importante se o brasileiro trabalha por 2 ou por 3.
Uma prova de que os outros estrangeiros não estão “roubando o emprego do brasileiro” no Japão, é que os políticos tem buscado atrair novos estrangeiros por meio de mudanças na lei de imigração, que flexibilizam as condições de visto para trabalhadores estrangeiros, incluindo brasileiros. No entanto, é importante ressaltar que essas mudanças são para trazer novos trabalhadores para o país, e não para substituir os brasileiros que já estão aqui.
Hoje mesmo o governo apresentou a flexibilização para quem…. tente adivinhar: Estudou.
Em resumo, aprender a língua japonesa é fundamental para a integração dos brasileiros na sociedade japonesa e para sua inserção no mercado de trabalho. E mesmo diante das mudanças na legislação de imigração, é importante que os brasileiros se qualifiquem e estejam preparados para os requisitos do mercado de trabalho no Japão, para não perderem oportunidades para outros estrangeiros no futuro.
Estude!
É importante destacar que o governo japonês também oferece diversas opções de bolsas de estudo e subsídios para os estudantes estrangeiros, o que pode ajudar bastante aqueles que não têm condições financeiras de arcar com os custos do curso.
Entre esses cursos, está o “働くための日本語” oferecido pela JICE em 3 níveis por intermédio das prefeituras locais. Mas sendo realista, você não ficará nem perto de ser fluente apenas com esses cursos. O mesmo se aplica a cursinhos online, ebooks ou por correspondência, a não ser que esteja dedicando 8 horas por dia, o que sabemos que não é verdade.
O segredo está nas escolas de intercâmbio
As escolas de intercâmbio no Japão são uma ótima opção para brasileiros que desejam aprender japonês e se qualificar para novas oportunidades de emprego no país. Geralmente as aulas são de segunda a sexta, com 4 horas de duração por dia, o que permite que os alunos tenham tempo para trabalhar ou cuidar de outras tarefas (meio período). Para estudar por um ano direto, é preciso juntar em média 800 mil ienes (caso não queria trabalhar nem meio período), um valor que pode ser alcançado com facilidade para casais sem filhos ou solteiros.
Geralmente, os estrangeiros ingressam nessas escolas com investimento de até 400 mil ienes e o resto é pago com dinheiro do próprio trabalho (McDonalds, Konbinis, Restaurantes, etc) que fazem fora do horário de aula e que também serve como parte importante no processo de aprendizado do idioma.
Para aqueles que têm filhos, a situação pode ser mais desafiadora, mas ainda há opções viáveis. Dependendo da situação, é possível investir na qualificação de apenas um dos cônjuges, enquanto o outro trabalha. A parte boa é que o gasto com educação pode ser abatido no imposto de renda. É importante considerar que o investimento em educação pode ser uma grande oportunidade para melhorar de vida e as perspectivas de emprego no Japão e em qualquer outro país.
Onde achar uma escola?
É possível pesquisar na prefeitura ou mesmo no Google, mas existe alguns sites que já reunem todas as escolas, dividindo elas em várias categorias e/ou por regiões: