A Coreia do Norte, sob a liderança do seu líder Kim Jong-un, tem um histórico de desafiar as sanções internacionais e, desta vez, parece estar disposta a fazê-lo mais uma vez. A mídia norte-coreana informou que o país está avançando com seus planos para colocar um satélite militar espião em órbita, o que, de acordo com especialistas, pode envolver o uso de tecnologia de míssil balístico, em clara violação às resoluções das Nações Unidas.
O jornal do Partido dos Trabalhadores, dominante na Coreia do Norte, divulgou em sua edição desta quarta-feira (19) que o líder Kim Jong-un visitou a Administração Nacional de Desenvolvimento Aeroespacial, junto com sua filha, um dia antes, para inspecionar os trabalhos relacionados ao satélite de reconhecimento militar número 1, que, segundo ele, já está pronto desde abril.
A mídia norte-coreana informou que a medida tem como objetivo proteger o país de uma possível ameaça de guerra, o que é uma justificativa recorrente para a realização de seus programas militares. No entanto, especialistas afirmam que o lançamento de um satélite militar espião é uma forma de espionagem, que pode fornecer informações importantes sobre os movimentos militares de outros países, e não tem relação com a defesa.
O lançamento planejado do satélite militar espião pode colocar a segurança regional em risco, já que a tecnologia de míssil balístico utilizada para o lançamento pode ser usada para a fabricação de mísseis balísticos intercontinentais capazes de carregar ogivas nucleares.
A comunidade internacional já condenou os programas militares da Coreia do Norte e impôs várias sanções para tentar conter o avanço do país em suas atividades nucleares e de mísseis balísticos. No entanto, a Coreia do Norte tem mostrado pouco interesse em negociar e parece estar disposta a continuar com seus planos, independentemente das consequências.
O líder Kim Jong-un afirmou que um comitê preparatório será organizado para o lançamento do satélite militar espião, mas não divulgou a data exata do lançamento. A Coreia do Norte tem um histórico de anunciar datas de lançamento e depois adiá-las ou cancelá-las, o que torna difícil prever quando exatamente isso pode acontecer. A comunidade internacional agora aguarda as próximas movimentações do país asiático, e, caso o lançamento seja realizado, novas medidas de sanção poderão ser adotadas.